Nos últimos anos, temos falado bastante sobre patriarcado, a opressão feminina e o que se é esperado da mulher em nossa sociedade. Eu, tendo crescido entre 3 homens e 1 mulher, com pais relativamente liberais e bastante carinhosos, posso dizer que me livrei de muitas dificuldades e proibições que muitas outras mulheres enfrentaram e ainda enfrentam.
Sendo a menina da casa e mais nova, era ao mesmo tempo a moleca que queria brincar junto e de tudo: esconde-esconde, cabaninha, videogame, correr, subir em árvores, polícia e ladrão, etc. E ao mesmo tempo, na adolescência, era também a “protegida” nos Shows de Rock, onde quando começavam as rodinhas e brigas, todos os meninos da turma se fechavam e criavam uma barreira de proteção em minha frente. Durante minha infância, adolescência e criação, quando eu escutava alguma frase machista ou me deparava com situações onde os meninos podiam algo e eu não, imediatamente questionava e queria entender o porquê. Devo ter dado um trabalhinho aos meus pais com os questionamentos, mas ao menos sei que com isso, fazia com que refletissem sobre a situação e se tornassem cada vez mais justos e igualitários, mesmo eu sendo de sexo diferente de meus irmãos.
Acho muito interessante como ultimamente temos visto, mudarem-se os Contos de Fadas, desenhos animados e histórias infantis para que as mulheres aprendam não somente a ficarem paradas à espera de seu "príncipe encantado”, mas também que lutem com os dragões, enfrentem as tristezas e dificuldades, posicionem-se, defendam a família e sim, também encontrem o príncipe encantado.
Recentemente fiz a leitura dos livros: “He”, “She”, “We”, de Robert A. Johnson, previamente comentado em postagem do Instagram. Livros que falam sobre os Arquétipos do masculino, feminino e do amor romântico.
Agora, algo que tenho me deparado recentemente e me colocado muito a refletir é o quão pouco escutamos sobre o arquétipo do masculino e o que é “ser homem em nossa sociedade”. Sim, entendo que nós mulheres, viemos de um contexto histórico de repressão e muito maiores vulnerabilidades, mas, do meu ponto de vista, não significa que não devemos falar também sobre os homens. Afinal quem é que os educa? E não me venham dizer que são só os pais, pois sabemos que isto hoje já não é verdade. E quem é que hoje educa as filhas e filhos, independente do sexo? O que ao menos esperamos que seja feito nos dias atuais?
Então as perguntas são: o que é esperado de um homem hoje e como isto impacta em sua vida e forma de enxergar o mundo? Quais serão seus maiores desafios?
Comente sua opinião e amanhã falamos sobre isto na literatura Junguiana.