“Eu não sou o que me acontece, sou o que escolho me tornar”. – Carl Gustav Jung
Trabalhar com mulheres e crianças traumatizadas e vítimas de violência foi por onde eu comecei. Sinto um carinho especial por cada uma das mulheres que sofrem e tenho um desejo enorme de as proteger. Sempre quis cuidar e ajudar aqueles que ainda não podiam cuidar de si e, antes de tudo, auxiliá-los para que se empoderem a ter voz e, independentemente do que lhes aconteceu, percebam o quanto podem, o quanto são magníficos (as), onde podem chegar e o que podem se tornar. Pouco a pouco, fui percebendo que a violência física, abusos, violência mental, verbal ou emocional não eram as únicas formas de agressão e nem mesmo os únicos modos de traumas para homens e mulheres. De uma forma ou de outra, todos somos traumatizados em menor ou maior grau. Alguns têm consciência do porquê agem como agem e alguns têm consciência de gatilhos e formas de comportamento padronizadas. Outros apenas seguem vivendo. E o que eu lhes gostaria de dizer é que, independentemente da forma do trauma, da dor e angústia hoje vivida, isso pode ser trabalhado. Nosso objetivo aqui, na terapia, não é o de ficar narrando ou recontando a dor ou o episódio exaustivamente, nem o de reviver o momento do trauma por meio das palavras, mas sim o de compreender como isso hoje afeta a sua qualidade de vida e como, pouco a pouco, podemos reintegrar essa experiência e o pedaço de você que um dia ficou para trás, transformando vidas a partir de então.